Somos fruto do amor de Deus. E
por ser fruto e resultado do querer de Deus, somos dotados de uma capacidade
especial que nenhum outro dos animais possui: a capacidade de transcender-se,
de falar com o Criador.
A oração é um dos momentos especiais
que temos para encontrarmos com o Senhor. Nela o coração de Deus e o coração do
homem se encontram. Ao orar, entregamos para Aquele que conhece o nosso
interior tudo o que passamos, sentimos e experienciamos. Nesse sentido, é
correto afirmar que a nossa vida deve e precisa ser uma constante oração, um constante
diálogo com o Deus.
A oração, segundo o Youcat, “é
porta para a fé. Quem ora deixa de viver de si, para si e a partir de sua
própria força”. Uma pessoa que ora sabe que há um Deus com quem pode falar, que
há um Deus que o ama incondicionalmente e que vale a pena entregar-se mais e
mais e depositar sob seu olhar tudo o que tem e é sem nada esconder.
Segundo Santo Agostinho, “o nosso
coração permanecerá inquieto, enquanto não repousar em Deus”. Nós oramos porque
Deus depositou em nós um desejo infinito de transcendência, uma vez que não fomos
criados para este mundo, mas exclusivamente para Ele. Sim, Deus nos criou para
Si. Precisamos orar, precisamos fazer de nossa vida uma oração. Precisamos orar
com o mais intimo de nós.
Em algumas de minhas direções
espirituais aqui no seminário, meu diretor, muitas vezes, me advertiu sobre as ocasiões
que fazemos um monólogo com o Senhor. Somente nós falamos e esquecemos de ouvir
o que Ele tem a falar aos nossos corações. Nossa oração não pode ser somente um
falatório, mas um dizer e um ouvir de ambos os lados. É necessário que
coloquemos sim, no coração de Deus o que passamos, porém não deve parar nisso.
É necessário que também exercitemos a escuta, esta que as vezes dói, machuca, traz
palavras de correção, mas também de conforto e esperança.
Queria deixar um pedido ou, se
preferir, um conselho de alguém que também como você, deseja ser mais de Deus,
estar sempre com Ele. Querido irmão (ã), onde você estiver, seja onde for, faça
deste lugar um espaço de oração pessoal. Nas celebrações e momentos
comunitários de oração não se disperse e deixe o momento especial da graça de
Deus passar sem que você absorva e faça um encontro pessoal com Ele. Não deixe
que a Santa Missa seja como uma obrigação dominical, mas um momento
imprescindível de escuta, de entrega, de renovação, de encontro.
Que nossas orações sejam simples,
autênticas e agradáveis ao Senhor.
Deus abençoe você!
Luís Fernando Cruz, Seminarista do 3º ano de filosofia.
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