Nesta sexta
feira, a Igreja celebra a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, dia em que
somos convidados a meditar sobre o grande e inesgotável amor de Cristo jorrado
de Seu lado aberto na Cruz por cada um de nós. Também neste dia se comemora o
dia dos namorados, por isso também nos lembramos daqueles que estão vivenciando
a experiência do namoro, bem como de todos os casais e os entregamos ao Coração
de Jesus, a fim de que, inspirados por Seu amor, busquem viver a santidade,
pautando seus relacionamentos nos valores evangélicos.
A liturgia de
hoje nos convida a nos aproximar de Deus como aquele que necessita de um ombro
amigo. Na primeira leitura, percebemos um Deus que se comove em seu íntimo e
arde de compaixão por cada um dos seus. No Evangelho, João nos recorda a
manifestação do grande amor de Cristo por nós na Cruz, de onde jorrou o manancial
da salvação e da misericórdia divina para cada um de nós. A grandiosidade desse
gesto é confirmada na segunda leitura, quando o apóstolo Paulo nos aponta que o
amor de Deus ultrapassa todo conhecimento e que não pode ser mensurado nem pela
altura, comprimento ou largura.
Por ser Amor,
Deus colocou no mais íntimo do nosso ser, desde o início da criação, a
capacidade de amar; e é só a partir deste inesgotável amor de Deus que
conseguimos pensar em nossos relacionamentos e de viver realmente o amor. O
amor Dele é capaz de preencher a nossa alma, a ponto de nos impulsionar a ir ao
encontro do outro. Quando percebemos que Deus nos ama, sentimos a necessidade
de ser também sinal da sua presença e o fazemos através das manifestações de
afeto para com os nossos irmãos e irmãs.
Se hoje a
sociedade passa por uma profunda crise de identidade e os relacionamentos estão
cada vez mais difíceis, é porque, em algum momento, alguém se esqueceu da
fundamental importância de Deus na relação com o outro. É como uma construção
que foi construída sobre a areia, diante da primeira tempestade cai por terra.
É justamente esse o problema que muitos casais enfrentam em seus
relacionamentos. Casais que, no anseio pela independência, se aventuram num
caminho que ainda não têm condições de percorrer. Casais que, influenciados
pela cultura do capitalismo, se deixam levar por seus interesses pessoais e
egoístas, pautados no utilitarismo e na ganância dos bens materiais. Casais que
não buscaram no Coração de Jesus, aprender o que é, de fato, o amor.
Podemos até
afirmar que somos eternos enamorados de Deus, pois durante toda a nossa vida,
assim como na experiência do namoro, buscamos conhecer esse Outro absoluto,
razão primeira da nossa existência. E como se sabe, em um namoro também se
enfrenta momentos de dúvida, de incompreensão, de crises... É assim também na
nossa história com Jesus, por vezes nos deixamos levar por aqueles detalhes que
prejudicam o nosso relacionamento com Ele e nos afastamos, trilhamos outros
caminhos, nos perdemos... Mas Ele é tão bom que não desiste de nós, sempre
estará de coração aberto para nos acolher e nos mostrar qual caminho seguir,
basta a nossa iniciativa de procurá-lo e de confiar no seu perdão.
E te pergunto, como
conclusão: pode algo perdurar sem Deus? Como podemos desejar um relacionamento
duradouro, se não há alguém que o oriente e o sustente, tendo em vista que possuímos
tantas fraquezas, misérias e defeitos?! Portanto, nesta Solenidade do Sagrado
Coração de Jesus, busquemos nos achegar ao coração chagado de Jesus, de onde
brota o amor mais sagrado que se possa imaginar. Peçamos a Ele a graça de viver
plenamente o amor que ele nos deixou como mandamento, um amor que ama e acolhe,
capaz de fazer sacrifícios por quem ama, um amor que não acaba com o tempo, um
amor que sabe oferecer olhos, ouvidos, ombro e coração a todos quantos
precisarem, atitudes Daquele que é o Verdadeiro Amor, razão da nossa esperança
e força motivadora da nossa vida.
Que o Sagrado
Coração de Jesus nos abençoe e faça do nosso coração semelhante ao Dele!
Luís Fernando Alves Cruz, Seminarista do 3º
ano de filosofia.
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